Felicidade pelo kilowatt

Acho que nos últimos anos, nenhuma banda perdurou tanto e tão intensamente na minha playlist quanto o City and colour. Se eu estiver com fone de ouvido pode ter certeza que é ele ou Alexisonfire, raras são as vezes em que escuto outra coisa.
Nem vou falar muito porque senão vai ficar chatão, pago pau mesmo, o cara é foda e, pasmem, pra mim ele é melhor que o Dave Grohl(pra eu falar isso é sinal que mudei mesmo =o).
Essa música aí em baixo é um cover que o cara fez da outra banda(principal), Alexisonfire, a música se chama Happiness by the kilowatt, confiram e digam o que acharam. =P








Então isso é felicidade contínua
Você sabe, eu sempre
Imaginei que fosse algo mais
Com os tecidos certos, as tintas certas
As molduras certas, isto poderia realmente dar certo
Que grande dia para entre paredes

Então acorde
Abra os olhos

Então pra onde dia todo foi?
E porque meus pulmões doem quando eu respiro?
Tem alguma coisa errada com o calor?
Porque eu estou tão frio?
E meu coração parece doente
E isso machuca quando eu falo
E isso não é o que eu esperava

Então acorde
Abra os olhos

Era isso que nós esperávamos?
Era isso?


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Entre a vida e a morte


Parada em frente ao corpo estendido no chão, escorregadio e intângível, a Vida assistia paralisada com olhos tristes a cena, já tão corriqueira.
- Não sejas tola! - sussurou a morte no seu pé do ouvido, emergindo das sombras do quarto- Não vês que não há nele nenhum resquício de ti e que foi por te negar que escolheu esse fim?
A vida num suspiro áspero, deu de ombros e como se não escutasse nada continuou a fitar o jovem de pulsos abertos, com o mesmo semblante, sem sequer esboçar uma reação.
- Se faz de propaganda, infesta os rádios e as TVs para isso?-Indaga a morte.- Bem faço eu, que limpo toda a podridão humana, ganho o meu sem grande esforço e sem nenhum gasto.
- Te enganas se pensas que vim reaver o que já foi perdido ou suplicar o que não pode ser obtido.- Retruca a Vida, dirigindo seu olhar frio e apático para suas próprias mãos- O que vês aqui, ó amiga infeliz?-Pergunta para a Morte.
Desconfiada, a Morte analisa bem antes de dar qualquer resposta.
- Não te aflijas - completa a Vida - não vês que minhas mãos estão limpas?
- Sim. Vejo e logo posso concluir que não há nada a se ver. -Responde a Morte, cheia de si.
- Quão ínfima é a tua credulidade na raça humana e em mim. Eu não sou nada para eles senão uma opção e tu, pobre coitada, não é nada senão obrigação. Não carrego em mim cicatrizes de alma, nem lama em minhas mãos e vim até aqui tomar de volta o que dei à esse moribundo, nada é de graça, bem sabes disso!
Perplexa perante a resposta regurgitada pela Vida, a Morte se cala e tenta limpar suas mãos sujas na própria roupa.
- Tu se escondes por puro capricho e teu salário é indigno, se apossas do que outrora foi meu e nem demonstra respeito, que afronta!- Se volta novamente, a Vida, para o calo no chão, sujo de borrões vermelhos e diz:
- Leva teu encosto daqui, dele nada mais quero e tu, alma nefasta, dê-se por satisfeita.
Com uma risada irônica a morte puxa com seus dedos longos e sombrios a alma do rapaz e fala quase como se contasse uma piada:
- Não te esqueças que um dia eu também irei te buscar e que essa lama em minha pele nada mais é que a sobra do que é teu e que um dia será a ti própria. E sim, incredula sou mas não obstante disso sou também a prova do teu fracasso.


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